A pandemia impôs nova trava ao crescimento do mercado imobiliário e, consequentemente, à construção civil, que projetava retomada do crescimento este ano no Brasil, com expansão de 3%. Mas para quem tem condições e pretende comprar imóvel para residir ou investir, este é um bom momento porque é melhor investir quando os preços estão baixos.

Entre os potenciais compradores estão aqueles que perceberam, durante a quarentena, que não moram em imóvel ideal para a família e os que buscam uma alternativa mais rentável que o mercado financeiro porque a taxa Selic, que baliza parte das aplicações, deve cair para 2,25% esta semana.

O presidente da Câmara de Desenvolvimento da Indústria da Construção da Federação das Indústrias do Estado (Fiesc), Paulo Obenaus, afirma que com a chegada da pandemia o ciclo de crescimento do setor em Santa Catarina, que teria de cinco a sete anos de crescimento, caiu.

– É como se estivéssemos começando do zero. A pandemia deu um resset no ciclo. Então, as pessoas podem comprar no começo do ciclo de novo porque as construtoras, ou seguraram os preços ou fizeram algum reajuste nas suas tabelas para baixo. Esse é o momento certo para comprar – explica Obenaus.

Segundo ele, outra vantagem de investir agora no setor é que os juros estão baixos para financiamento, tanto para o consumidor final quanto para construtoras fazerem os investimentos. O industrial observa que durante a pandemia, os imóveis que sofreram menos impactos nas vendas em função da crise são os do segmento econômico, os de luxo no litoral – região que não sofre muito com oscilações da economia -, e aqueles para a classe média-alta, que está mantendo os planos de investimento em residência melhor.

Os segmentos mais afetados pela crise econômica do novo coronavírus, segundo Obenaus, são os voltados para a classe média porque essas pessoas têm dúvidas se continuarão empregadas, e os focados na classe A. Esse pessoal de maior renda, que já mora bem, decidiu não trocar de imóvel durante a pandemia.

Como o ciclo dos investimentos não acompanha os da economia, empresas do setor de construção e incorporação continuam investindo no Estado. Muitas vezes o projeto é lançado no momento da crise e é entregue com a economia em alta e vice-versa.

No litoral, a demanda é maior

Uma das construtoras que mantém o ritmo de investimentos é a FG Empreendimentos, de Balneário Camboriú. Ela cresce entre as que desafiam a altura com prédios com cada vez mais pavimentos e também entre as mais conceituadas do país. No último ranking da revista Isto é Dinheiro está entre as três melhores construtoras de capital fechado do país.

Em 2019, a FG lançou quatro empreendimentos que estão sendo construídos. Entre os quais estão o Boreal Tower, o Skyline e o One Tower. Esses dois últimos somam mais de R$ 1 bilhão em valor geral de vendas (VGV). Para este ano, a companhia fez algumas adequações devido à crise, mas manteve os investimentos e lançamentos. Serão cinco empreendimentos: Horizon Residence, Gran Place, um projeto diferenciado na Avenida Atlântica com mais de 100 andares e dois empreendimentos na Praia Brava, dos quais um terá área de lazer com mais de 8 mil metros quadrados, informa o diretor Comercial e de Marketing, Altevir Baron.

– Quando falamos em investimentos, o fator primordial é a segurança na hora de investir, e bens duráveis como imóveis posicionam-se, cada dia mais, como elementos de alto valor agregado e que não sofrem ações diretas quando aliado a empresas solidas e capitalizadas, o que o transforma em um patrimônio com liquidez e que tende a se valorizar ao longo dos anos – afirma Baron.

O executivo avalia que neste ano, o sucesso das vendas vai depender muito do empenho das equipes. Segundo ele, mesmo na quarentena a procura por informações sobre imóveis continuou elevada e os atendimentos presenciais resultaram em conversões positivas.

Aposta em cidades planejadas

A Weber Empreendimentos, de Braço do Norte, que atua no Sul do Estado e na Serra Catarinense, é outra construtora que decidiu manter a média de investimentos este ano, apesar do impacto do novo coronavírus. O CEO da companhia, Fernando Weber, informa que estão sendo investidos R$ 50 milhões, a exemplo de 2019, dando continuidade, principalmente, a três grandes projetos: a cidade universitária de Araranguá (foto), empreendimento em Imbituba com área residencial e um polo tecnolótico, e continuidade do condomínio Altos da Serra, em Bom Jardim da Serra, onde a empresa oferece moradias no modelo de multipropriedade com intercâmbio internacional.

A cidade universitária de Araranguá tem como âncora um campus da Unesc, a Universidade do Extremo Sul Catarinense, que já está funcionando. O projeto urbanístico é para 5 mil moradores.

– A cidade universitária de Araranguá é um projeto que está bastante acelerado. É um bairro planejado com novo urbanismo, com um campus universitário e parceria com o Impact Hub para implantação de um polo tecnológico – afirma Fernando Weber.

A propósito, o conceito de cidade universitária com urbanismo moderno é um dos focos da empresa, que já tem projetos assim em Braço do Norte e Tubarão.

Atenta às belezas da Serra catarinense, a Weber Empreedimentos desenvolve projeto urbanístico de lazer em Bom Jardim da Serra, o condomínos Altos da Serra. Atualmente, a empresa oferece opção de multipropriedade com o projeto Hollyday’s. Cada residência orçada em R$ 3,5 milhões é vendida em 26 cotas de R$ 120 mil cada. Assim, os proprietários podem desfrutar da residência por duas semanas anuais ou alugar num pool internacional que dá direito a ocupar imóveis em outros países.

Imóveis de lazer perto do mar

Quem ignora a crise e começou em abril deste ano um projeto de R$ 250 milhões de investimentos em Garopaba é a Surfland. O empreendimento chama a atenção por trazer ao país tecnologia inédita que permite ondas artificiais para surfar. Denominado Surfland Brasil- Clube & Resort, o projeto tem valor geral de vendas (VGV) de R$ 700 milhões e um dos focos é a multipropriedade.

De acordo com o CEO da Surfland, André Giesta, será o maior centro de surfe do país em um empreendimento imobiliário. A construção dos imóveis será acelerada com parceria firmada com a Cassol, que fornecerá estruturas pré-moldadas para construir os 270 apartamentos. O empreendimento deve ser finalizado em novembro de 2022.

A Surland também adotou o modelo de multipropriedade com 26 donos de cada apartamento, com escritura devidamente registrada. A vantagem é ter um imóvel de férias com custo menor, num investimento valorizado.

Os valores variam conforme o imóvel e a demanda dos proprietários, se querem um período maior do que 14 dias, compram mais de uma cota. A empresa já comercializou mais de 2 mil cotas para investidores de 15 Estados (SC, RS, PR, SP, RJ, ES, BA, GO, MG, DF, PE, MS, MT, SE e CE) e oito países (Japão, Suíça, Canadá, Espanha, Estados Unidos, Austrália, Argentina e Peru). As compras podem ser totalmente digitais e a Surfland se filiou à Interval Internacional, empresa de intercâmbio de férias no mundo com a troca de uso de propriedade.

​Fonte: NSC Total

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