Baixa taxa de juros, busca por imóveis maiores e mais confortáveis, além de facilidades da tecnologia impulsionam setor, que deve se expandir ainda mais no mundo após a Covid-19

Ao contrário das expectativas de queda no desempenho do mercado imobiliário em 2020 devido à pandemia do coronavírus, o setor registra alta nas vendas nos últimos meses de isolamento social. Pesquisa divulgada em julho deste ano pela Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança) aponta que, em maio, os financiamentos para a compra e a construção de imóveis somaram R$ 7,13 bilhões no país, o que representa um aumento de 6,5% na comparação com abril e de 8,2% frente a maio de 2019. No Estado a busca pela compra de imóveis no estado aumentou 17% no segundo trimestre de 2020, em relação ao mesmo período no último ano, apontam dados do site OLX.

A principal condição para esse resultado no país, de acordo com especialistas, é a queda nos juros.  Desde o último dia 5, a taxa Selic está em 2%, patamar mais baixo da história. A C.I Shaianne Graeff, diretora de Comunicação e Assuntos da Mulher Corretora do CRECI/SC (Conselho Regional de Corretores de Imóveis de Santa Catarina), reforça que o momento atual também favorece o mercado. “Hoje percebemos um otimismo em relação ao investimento em imóveis. O contexto do distanciamento social, devido à pandemia, trouxe um olhar mais observador e crítico sobre os lares, despertando desejos por imóveis mais espaçosos e confortáveis”, explica.

Segundo ela, as condições mercadológicas são também as melhores para reaquecer o segmento. “Houve uma revalorização da terra, da propriedade. Durante esses meses de pandemia, as pessoas têm passado muito tempo em casa, as relações pessoais, profissionais, a sociedade toda passa por uma grande transformação. As pessoas passaram a valorizar mais o ambiente em casa, muitas buscam mais conforto, um imóvel maior”, explica a diretora.

No país, entre janeiro e maio deste ano, os empréstimos totalizaram R$ 34,08 bilhões, o que representa aumento de 23,2% em comparação com esses mesmos meses do último período. Já no acumulado de 12 meses (junho de 2019 a maio de 2020), o crédito alcançou R$ 85,13 bilhões, com alta de 30,5% em relação ao apurado nos 12 meses anteriores, de acordo com dados da Abecip.

Tendências pós pandemia

Um dos pontos que mais pode influenciar o segmento imobiliário no futuro pós pandemia  é a tendência de que as empresas passem a aderir mais ao  trabalho  home office. “Com a necessidade de trabalhar em casa hoje, empresas e trabalhadores se adaptaram a esse novo regime de trabalho, que poderá ser adotado pelos empreendimentos depois. Isso leva as pessoas a selecionar os imóveis residenciais nos locais em que realmente interessem, que ofereçam a infraestrutura procurada. Morar perto do local de trabalho, por exemplo, deixa de ser um requisito fundamental para muitos consumidores. Além disso, as pessoas procuram imóveis que se adequem e supram a necessidade de passar muito tempo em casas maiores, mais confortáveis”, analisa C.I Shaianne.

A adaptação dos empreendimentos e atividades da área às demandas impostas pela pandemia também é enfatizada pela diretora, que destaca a importância da tecnologia para a escalada nas vendas. “Havia já no mercado aplicativos voltados ao aluguel, mas não era possível, antes, vender imóveis 100% on-line e hoje, essa demanda fez com que isso seja uma realidade”, ressalta.

Para ela, a tendência é de que o setor permaneça em crescimento. “Não notei queda no movimento, no faturamento, isso se estabilizou. Estou muito otimista quanto ao futuro, pois as pessoas e os investidores perceberam que vale a pena apostar nos imóveis, que a terra não desvaloriza. Muita gente que investia na bolsa, em títulos, perdeu dinheiro e conseguiu estancar essa perda e se estabilizar por meio do investimento nos imóveis, que é uma opção segura”, explica.

Há um mês, a revista “Forbes” publicou um artigo, no qual aponta algumas tendências para o mercado imobiliário no mundo após a Covid-19. Confira algumas abaixo:

A maioria dos investidores procurará investir no que for seguro, ou seja, os  imóveis continuarão sendo um refúgio seguro. Por isso, profissionais do mercado imobiliário devem se preparar para receber inúmeras requisições de investidores procurando as melhores oportunidades para proteger o seu patrimônio.

O que foi observado na China após os meses de isolamento social pode afetar todos os países. Ou seja, se as consequências forem as mesmas, o mercado imobiliário deve receber uma grande leva de casas à venda e até mesmo em aluguel

Espaço, as pessoas tendem a querer cada vez mais, especialmente pós-pandemia. Por que? É simples, depois de semanas confinados acabam se importando com o espaço de dentro de casa. Um home office reservado, áreas ao ar livre e outras facilidades

Para nos adaptarmos a essa nova realidade, é preciso acelerar a adoção de ferramentas digitais mais efetivas, como a realização de visitas virtuais por Facetime ou Zoom. O futuro do mercado imobiliário será marcado por mais transações feitas remotamente.

Fonte: ND+

 

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